quarta-feira, 26 de maio de 2010

ABRAÃO - DIZIMISTA FIEL?

Neste artigo, o autor argumenta que Abraão nunca foi, de fato, um dizimista. Assim, aqueles que defendem a doutrina do dízimo citando o exemplo do patriarca, estariam deturpando o conteúdo bíblico e agindo de má fé.
Os personagens bíblicos do Velho Testamento são heróis? Nem tanto!
Certamente são homens que inspiraram vidas. Os conteúdos de suas histórias ainda nos são oferecidos como exemplos hoje. Mas, devemos fazer tudo o que eles fizeram? Devemos viver exatamente como eles viveram?
Abraão. É indiscutível que o patriarca Abraão nos deixou um grande exemplo. Fé, altruísmo, companheirismo com Deus. Porém, devemos realmente viver como tal qual ele viveu? Agir como ele agiu em todas as situações?
Seria correto, por exemplo, imitar-lhe o exemplo poligâmico? (Gênesis 16:2 e 26:6) Abraão era um escravagista nato (Gen 17:23, 27). Algum cristão sincero defenderia hoje a escravidão em nome de Abraão?
Abraão era um grande latifundiário. (Gênesis 13:10, 14 e 15). Centenas (Gênesis 14:14) de “sem-terra” escravos trabalhavam para o fazendeiro Abraão, que além de muitas terras, possuía muito gado, muito ouro e muita prata (Gênesis 13:2). Que tal este exemplo para nossos dias? É justa toda esta concentração de riqueza? Que péssima distribuição de renda na “Nação Abraão”, não? Uma enorme injustiça social! Deve este modelo ser copiado hoje?
Os filhos “oficiais” de Abraão foram oito. Isaque nascido de Sara. Ismael nascido de Hagar e mais seis rapazes nascidos de Quetura (Gênesis 25:1 e 2). As filhas e os outros filhos de concubinas não são citados por nome. São estatísticas genéricas (Gênesis 25:6). Mas observe que antes de morrer, Abraão tomou todas as suas riquezas, terras, gado e transferiu tudo para o nome de Isaque. O filho predileto tornou-se herdeiro único. Aos outros irmãos coube apenas uma indenização, ou melhor, uma compensação, conforme narrado em Gênesis 25: 5, 6. Abraão ainda teve o cuidado de banir todos os seus filhos de casa, mandando-os para o Oriente – o lugar de exílio mais distante (Gênesis 25:6), para que Isaque não tivesse problemas com irmãos herdeiros concorrentes. É este um bom exemplo de pai a ser seguido hoje?
Todos os exemplos aqui citados são dignos de imitação hoje? Claro que não. Isto nos leva a concluir que certos costumes, tradições e procedimentos só têm lugar em épocas remotas e não são aplicáveis a nós hoje cristãos do Século XXI.
E quanto ao dízimo de Abraão? Observemos atentamente o contexto histórico:
Fim de viagem! Depois de uma grande jornada e muitas experiências pelo caminho. Depois do Egito, Neguebe e Betel Abraão fixa acampamento e ergue um altar ao nome do Senhor. “Afinal, chegamos!”. Mas o gado era muito e os pastores de Ló brigavam com os de Abraão. Eles conversam e pacificamente decidem pela separação. Abraão escolhe três amigos e se faz vizinho deles. São os senhores Manre, Escol e Aner. Três irmãos amorreus donos de carvalhais nas terras de Canaã. Ló, por sua vez, estende sua fazenda para o lado do oriente até os limites de Sodoma. Lindas e bem regadas campinas do Jordão.
Tudo estava indo muito bem. Até que estoura uma guerra. Cinco reis cansados de servir por doze anos a um tal de Quedorlaomer, rei de Elão, resolvem se rebelar no décimo-terceiro ano. Quedorlaomer prepara a reação. Convoca outros três reis amigos e saem para sufocar os rebeldes. Gênesis 14:1-17 chama este evento de “A Guerra de Quatro Reis Contra Cinco”. Os reis rebeldes eram trapalhões. Não tinham muita logística de combate. Dois deles caem em poços de betume e os outros três fogem para salvar a própria pele.
Sua majestade, o rei Quedorlaomer, vem no décimo-quarto ano consolidar a vitória. Os reinos derrotados Sodoma, Gomorra, Admá, Zeboim e Zoar são subjulgados impiedosamente. Tudo e todos são levados cativos. Homens, mulheres, crianças, gado, alimentos. “Os quatro reis tomaram todos os bens de Sodoma e Gomorra, e todo o seu mantimento, e se foram” (Gênesis 14:11). Assim, Ló, um homem muito rico, morando nas vizinhança de Sodoma, no lugar errado, no momento errado, cai nas garras de Quedorlaomer, que lhe confisca todos os bens.
Lá nos carvalhais de Manre, Abraão toma conhecimento dos fatos. Confabula então com seus amigos Manre, Escol e Aner. Criam uma tropa de elite com trezentos e dezoito bravos guerreiros. Todos criados em sua casa. E saem em perseguição a Quedorlaomer. A vitória é esmagadora. Todos os cativos, “homens, mulheres e o povo” (Gen. 14:16) são libertados. Todos os despojos recuperados.
Acontece então uma cena impressionante. Melquisedeque, rei de Salém, a Terra da Paz, nação dos Jebuseus, aproxima-se de Abraão e o abençoa. Melquisedeque era Sacerdote do Deus Altíssimo. Talvez um símbolo do Messias. Um Sumo Sacerdote do Deus verdadeiro saído dentre os “gentios”! Até aí nenhuma novidade. Mais tarde outras escolhas deste tipo aconteceriam. (Balaão, por exemplo, era um profeta com poder para abençoar e amaldiçoar nada menos que o povo escolhido de Deus, sendo ele mesmo um amonita).
Melquiseque abençoa a Abraão. Traz-lhe pão e vinho. E diz: “Bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus inimigos nas tuas mãos” (Gênesis 14:20). Abraão então organiza os despojos recuperados. Contabiliza tudo. Parte dos despojos pertencia aos reis de Sodoma e Gomorra. Uma outra parte a Ló e uma outra parte se referia ao “custo operacional da guerra”. Os reis de Sodoma e Gomorra sugerem a Abraão ficar com os bens materiais e devolver apenas as pessoas seqüestradas por Quedorlaomer. Abraão recusa a proposta. Devolve tudo aos seus legítimos donos. Mas, antes de fazê-lo, calcula o dízimo sobre o valor destes despojos e paga-o ao Sacerdote Melquisedeque.
Pagar é um termo muito pesado. O texto bíblico diz que Abraão deu o dízimo de tudo. Não do seu patrimônio, mas dos despojos recuperados na guerra. (Ver Hebreus 7:4).
Ninguém pode afirmar que Abraão vivia sob alguma forma de lei que o obrigava a ser um dizimista. Nem tão pouco pode afirmar que Deus exigia dele, sob mandamento, dez por cento de sua renda. O dízimo na era patriarcal não era obrigatório. Muito menos sistemático. A sazonalidade do dízimo estava ligada a fatos especiais que traziam mudanças de rendas. Destas receitas extras dava-se o dízimo.
Abraão DEU o dízimo. A obrigatoriedade dizimista só começaria a existir na era levítica. (Veja o contraste das expressões contidas em Levíticos 27:30-33; Números 18:24; Deuteronômio 14:22-29). Quem usa o exemplo de Abraão como fiel dizimista, não está atento a vários detalhes:
a) Abraão deu o dízimo do excedente que ele tinha conquistado na guerra. (Hebreus 7:4).
b) Muitas das posses que ele recuperou pertenciam a Ló (Gênesis 14:16).
c) A maior parte dos despojos pertencia aos reis de Sodoma e Gomorra (Gênesis 14:11)
d) Nada pertencia a Abraão, que se recusou a tomar qualquer coisa para si. (Versos 21-24)
e) A lei dos dízimos (Levíticos 27:30-31) exigia dízimos em forma de coisas produzidas pela terra: grãos, gado. Em nenhuma parte fala para dizimar despojos de guerra.
f) Após a guerra, Abraão ficou com o mesmo “patrimônio” que possuía antes. Não houve acréscimo de renda. (Gênesis 14:24). Portanto ele deu o dízimo perfazendo um caminho inverso da orientação teológica apresentada em nossos dias, que manda dizimar rendas, ganhos e lucros.
g) Os despojos de guerra incluíam serem humanos, escravos capturados do exército inimigo. Deveriam as nações hoje “dizimar” os prisioneiros de guerra?
h) Para que o dízimo de Abraão tenha o mesmo significado dos dízimos cobrados hoje pelas igrejas cristãs, ele teria que ter ficado com os outros 90%. Que dizimista é este que dá 10% para o Sumo Sacerdote e os outros 90% para um rei pagão, descontando apenas o custo operacional da guerra?
i) Jesus nunca recebeu dízimos. Se Melquisedeque simbolizava a Cristo, por que não encontramos relatos de pessoas dando dízimos a Jesus durante Seu ministério aqui na Terra? Não é Ele o Sumo Sacerdote da Ordem de Melquisedeque? Como ousam os líderes religiosos hoje exigir dízimos aos seus fiéis na qualidade de sacerdotes sucessores de Melquisedeque, se o nosso Sumo Sacerdote não fazia assim?
j) Abraão tomava animais, cortava em pedaços quando fazia um concerto com Deus. Por que os líderes hoje não mandam seus fiéis repetirem também estes rituais em suas igrejas, já que o exemplo de Abraão deve ser seguido em nossos dias?
DESPOJOS DE GUERRA
Dízimo sobre despojos é único neste caso de Abraão. Dois outros exemplos são apresentados no Antigo Testamento. O primeiro em Êxodo 3:21-22; 11:2-3; 12:35-36, quando os Israelitas espoliaram os Egípcios pouco antes de saírem para o deserto. Está bem claro que eles não deram (tão pouco pagaram) qualquer dízimo.
Interessante notar que o texto justifica esta espoliação afirmando que aquilo era uma compensação salarial pelos muitos anos de trabalho escravo. Esta massa de salários atrasados, esta indenização trabalhista paga na despedida, deveria ser, à luz da teologia moderna, cem por cento dizimável. Entretanto isto não acontece. Mas, a seu bom tempo, meses mais tarde, parte desta fortuna é oferecida liberalmente, de todo o coração, não por tristeza ou por necessidade, mas com prazer, em forma de ofertas voluntárias para a construção do Tabernáculo. Deus ama quem dá com alegria! (Ver Êxodo 35:5,20,21; 36:3,5,6)
O segundo exemplo traz detalhes sobre os procedimentos das ofertas aplicados aos despojos de guerra. O texto encontra-se em Números 31. Houve uma guerra com os midianitas. Um quinhentos-ávos da metade dos despojos destinada à congregação deveria ser oferecida como oferta ao Senhor (verso 27 e 28). Um cinquenta-ávos da outra metade deveria ser oferecida pelos soldados ao sacerdote Eleazar (Verso 29).
Nenhum sistema de dízimo é aplicado a estes despojos. E saber que toda aquela matemática de divisão de ofertas dos despojos, incluía bois, jumentos, ovelhas. (Versos 9, 26-31). Exatamente as mesmas “unidades monetárias” utilizadas no cálculo do dízimo da era levítica.
Assim, podemos afirmar que Abraão deu o dízimo a Melquisedeque sem estar obedecendo alguma lei que o obrigasse a fazê-lo. É mais fácil afirmar que ele estava seguindo uma tradição de sua época. Costumes religiosos da cultura de seus dias. Ele deu o dízimo sobre valores de coisas roubadas. Coisas roubadas, recuperadas e devolvidas aos seus legítimos donos (Gênesis 14:21-23). Deu também o dízimo sobre o salário alheio. Sobre a parte que se referia ao pagamento dos homens que foram com ele para a guerra. Os trezentos e dezoito valentes e seus amigos Aner, Escol e Manre. (Gênesis 14:24).
Aqueles que buscam em Abraão um exemplo de fiel dizimista deveriam explicar sua prática de dar o dízimo. Explicar o “pagamento” de um dízimo feito a um sumo-sacerdote “gentio”.
Quem eram seus sacerdotes? Como era composto seu clero? Será que o evangelho foi pregado primeiramente aos Jebuseus, em contraste ao que é afirmado em Gálatas 3:8: “Ora, tendo a Escritura previsto que Deus havia de justificar pela fé os gentios, anunciou primeiro o evangelho a Abraão, dizendo: Em ti serão benditas todas as nações”.
Para Abraão o princípio de dar dízimos não lhe era estranho. Tabletes cuneiformes comprovam esta prática entre os povos da Mesopotâmia. Os caldeus e os babilônicos sustentavam seus templos, seus deuses com dízimos. (Veja W. von Soden, He Ancient Orient, Eerdmans, 1994, pp. 188-198. Também A. Leo Oppenheim, Ancient Mesopotamia, University of Chicago, 1977, oo. 183.198 e W. Eichrodt, Theology of He Old Testament, SCM, 1987, Vol. I, pp. 141-177 e Harris, Archer, Waltke, Theological Wordbook of He Old Testament, Moody Press, 1980).
Concluímos então que Abraão não é um exemplo de dizimista para nossos dias. Em nenhuma parte da Bíblia ele é apresentado como um dizimista sistemático, regular. Suas práticas de dízimos em nada se parecem com as requeridas hoje em dia pelos pastores e líderes cristãos. Abraão dizimou justamente riquezas que não lhe pertenciam. Riquezas que ele devolveu (90%) aos seus legítimos donos. Abraão estava seguindo um costume de sua época. Costume dos povos da Antiguidade.
Abraão deu seu dízimo a um sacerdote-rei cultuado pelos fenícios e cananeus. Embora a identidade e o significado de Melquisedeque não seja assunto bem claro, ele era dos Jebuseus. Mas, Melquisedeque representava a Cristo. E ele abençoou Abraão e sua prática dizimista.
Se Deus abençoou o sistema de dízimo de Abraão, como alguém ousaria mudar todo o contexto e fazer aplicações distorcidas para sustentar uma teologia moderna de espoliação a crentes sinceros. Pessoas simples que são induzidas a dar dez por cento de suas rendas a líderes religiosos completamente desassemelhados a Melquisedeque, o sacerdote do Deus Altíssimo. O recebedor e abençoador do dízimo especial de Abraão?
Na realidade tudo aquilo era uma grande tipologia. Melquisedeque representando Jesus, nosso Sumo Sacerdote. Uma sombra do Messias vindouro. Abraão retornando a Jerusalém, a Cidade da Paz, trazendo os cativos, simbolizando liberdade à vidas outrora presas pelas forças satânicas. O pão e o vinho também estavam ali nas mãos de Melquisedeque complementando a belíssima tipologia da salvação. Da liberdade. Da paz. O dízimo de Abraão também era um ritual simbólico. Adoração ao Deus que liberta. Uma oferenda. Um culto ao grande Deus que garante todas as vitórias! Àquele que nos fez livres em Cristo Jesus.
Esta é a história de um Deus que ama àqueles que Lhe dão ofertas voluntárias. Sem imposição. Sem coação. Sem ameaças de maldição. Sem superstições.
“Depois destas coisas veio a palavra do Senhor a Abraão numa visão, dizendo: Não temas, Abraão, Eu sou teu escudo; o teu galardão será muito grande.” (Gênesis 15:1).
E quanto a você, ainda teme ser amaldiçoado, caso decida parar de sustentar um clero financista ávido por receber taxas e mensalidades que eles insistem em chamar de “dízimos”?
Pense bem! Deus é o seu escudo, e o seu galardão será grande. Liberte-se hoje de todas estas superstições denominacionais.
Se alguém quer sabedoria peça a Deus... Ele nos revela o seu verdadeiro propósito através das Escrituras Sagradas.

Que Deus abençõe a todos!!!

Texto de Paulo Gomes do Nascimento, Formado em Teologia pelo IAE-SP.

JC

O VOTO DE JACÓ

Neste artigo, o autor demonstra que a história de Jacó compromete a teologia sistemática dos defensores do atual sistema de dízimos. Para ele, o voto a Deus vinculado pela condicional “Se”, desequilibra o conceito dizimista pregado hoje em nossas igrejas.

Jacó deveria ser considerado por aqueles que defendem a doutrina do dízimo um dizimista exemplar. Filho de Isaque. Neto de Abraão. Herdeiro da Promessa. Patriarca escolhido por Deus para fundar a nação israelita. Por que então quase não se ouve pregadores citando o exemplo de Jacó quando o assunto é dízimo?
Simplesmente porque Jacó estraga a teologia sistemática tendenciosa daqueles que estão buscando provar que a doutrina do dízimo, conforme ensinada hoje, tem fundamento bíblico.
O princípio fundamental da interpretação bíblica é que uma doutrina para ser válida precisa obedecer a pelo menos dois parâmetros simples:
a) Não se pode criar uma doutrina em cima de uma só passagem bíblica.
b) Todas as passagens sobre um mesmo tema doutrinário têm que ter coerência entre si.
Desta forma, o dízimo de Jacó teria que estar em consonância com todos os outros textos bíblicos que falam sobre dízimo. Se o assunto é dízimo, os princípios contidos na história de Jacó tem de fazer parte da sistematização teológica global deste ensino. Mas, os princípios dizimistas contidos na história de Jacó nos levam a outras conclusões:
1) “SE” - Esta pequena palavra faz toda a diferença. Jacó aparece orando a Deus. Parece um grande duvidador. “Senhor, se eu for abençoado, se eu tiver comida, roupas, proteção, então em pagarei dízimos”. Observe que o ônus da prova estava com Deus. Se Deus não o abençoasse ele não deveria pagar nenhum dízimo ao Senhor. “Primeiro a Benção. Depois meu Dízimo!”. (Gênesis 28:20)
É assim que se ensina em nossas igrejas hoje? Claro que não! Nos mandam primeiramente pagar nossos dízimos. Depois virão as bênçãos. Nunca se fala do “SE” de Jacó. O dízimo de Jacó era condicional. Não a benção. Hoje aprendemos o oposto. A benção de Deus é condicional. Quem paga o dízimo a receberá!

2) VOTO – “Fez Jacó um voto” (Gen. 28:20). Ora, se Jacó fez um voto, obviamente ele não era um dizimista, tão pouco Isaque, tão pouco Abraão. Será possível que Jacó, criado no rigor da religião patriarcal não teria aprendido de seu avô e de seu pai esta prática, caso ela realmente existisse? Voto é voto. É propor algo novo a Deus na busca de uma melhor experiência espiritual. Imagine um fiel católico fazendo um voto, uma promessa, a Santa Ana. Ele se levanta pela manhã e diz: “Minha querida Santa Ana, se tu me deres saúde, prometo todos os dias da minha almoçar e jantar”. Isto é voto? Como pode alguém votar algo que já faz parte de sua rotina. Jacó, naquela idade, nunca tinha pago nenhum dízimo a Deus. Resolveu então aumentar sua experiência religiosa fazendo um voto.

3) MÚLTIPLAS CONDIÇÕES AGREGADAS – Há um terceiro aspecto interessante neste relato. Jacó propõe a Deus cinco condições agregadas.
a) Se Deus for comigo – (Presença de Deus). E
b) Se me guardar nesta viagem – (Proteção). E
c) Se me der pão – (Alimento). E
d) Se me der vestes para vestir.- (Roupas). E
e) Se eu voltar em paz à casa de meu pai – (Realização)

Observe que as cinco condições estão unidas pela preposição “E” (Gen. 28:20). Se Deus atendesse quatro dos cinco itens da lista de requisições, Jacó estaria automaticamente livre de cumprir o voto. Ele propôs APROVAÇÃO + PROTEÇÃO + COMIDA + ROUPA + PAZ. Tudo junto! Só cumpriria seu voto se recebesse todas as cinco bênçãos.

4) COPIAR RITUAIS – Em nenhum lugar a Bíblia ordena que os cristãos do século XXI.
devem copiar ou imitar votos da era patriarcal. Jacó resolveu fazer um voto a Deus e prometeu-lhe pagar dízimos. E daí? Devemos todos nós hoje fazer o mesmo? Que tal então, começarmos a procurar uma pedra, pô-la como coluna e declarar que ali é a casa de Deus. (Gen 28:29). Ou prometer sacrificar nossas filhas em holocausto ao Senhor como fez Jefté. (Juízes 11:30-40). Ou deixar um de nossos filhos sem cortar o cabelo para sempre, como fizeram os pais de Sansão (Juízes 13:3-5). Ou entregar nossos filhinhos menores de três anos à igreja para ali morarem pelo resto de suas vidas, como fizeram Ana e Elcana, pais de Samuel.(I Samuel 1:10-11)
OUTRAS PERGUNTAS INTERESSANTES:

Se Jacó não era obrigado a pagar dízimos (antes do voto) por que os cristãos teriam esta obrigação hoje?
Se Abraão era um fiel dizimista, porque não passou este ensinamento para seu neto Jacó? Na era patriarcal não era o ensino religioso transmitido de pai para filho, neto, bisneto, etc.?
Se Jacó fez um voto sobre dízimo, é sinal que este hábito não era requerido dele antes, não é mesmo? Então, por que requerer dízimos dos cristãos hoje?
A quem Jacó pagou seus dízimos? Como ele cumpriu este voto?
Se o dízimo de Jacó foi pago em forma de dinheiro quem recebeu esta importância?

Obviamente Jacó seguiu os princípios bíblicos de dízimo. Pagou seu dízimo em forma de alimento. Certamente ele o comeu em rituais litúrgicos ou o distribuiu aos pobres e necessitados. Não pode ter havido outra forma para Jacó cumprir a promessa. Nos seus dias ainda não havia templo, sacerdotes, levitas. O mais racional é aceitar que Jacó seguiu as aplicações dizimistas que anos mais tarde seriam consolidadas por Moisés em Deuteronômio 14 e outros textos já mencionados.
O voto de Jacó é o voto de Jacó e não seu. Ele votou pagar dízimos. Deve ter cumprido. Que temos nós a ver com o voto de Jacó? Devemos dar hoje dez por cento de nossos salários à igreja, só porque Jacó fez um voto a Deus há mais de 3.500 anos atrás?
Pare de viver reprimido. Expulse o medo de mudar. Chega de viver amarrado às superstições humanas. Aventure-se pela fé e permita que Deus lhe revele novas verdades. Faça da Bíblia e somente a Bíblia seu livro-guia. Não se deixe envenenar por argumentos meramente humanos. Quem aceita a tradição, como base para a religião, não chega a lugar nenhum. Vive a morte espiritual em vida. Vai a igreja toda semana como um cadáver adiado que procria formalismos eternos sem nexo, sem lógica. Uma vida inteira vazia e sem paz.

Suas crenças tem que aceitar que há um instinto sobrenatural no homem que o faz buscar a verdade. Não adianta cerrar os ouvidos. Se o seu entusiasmo pela Causa é intenso, fortes serão os motivos para abandonar as falsas doutrinas e alcançar as verdadeiras. Viva a liberdade em Cristo. Deus aprecia os VOTOS. As SUPERSTIÇÕES, com certeza, Ele as abomina. Todas. Todas.

Se alguém quer sabedoria peça a Deus... Ele nos esclarece as Escrituras Sagradas.

Que Deus nos abençoe

Texto de Paulo Gomes do Nascimento, Formado em Teologia pelo IAE-SP.

JC

sábado, 24 de abril de 2010

O DÍZIMO À LUZ DA BÍBLIA

Dízimo: Hebraico: ma´aser – esse termo tem origem no numeral dez ‘eser (Asar), ‘asarah,; Grego:`Dekate´.



Há duas citações apenas do dízimo antes de se tornar parte da lei mosaica, ambas na dispensação dos patriarcas, embora alguns digam que se dizimava antes disto (Adão-Abel-Enoque) esta afirmação não é bíblica.

A primeira citação do dízimo ocorre em Géneses 14:20 “E bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus inimigos nas tuas mãos! E Abraão deu-lhe o dízimo de tudo” onde Abraão deu o dízimo de todo o despojo que retirou das nações confederadas que haviam seqüestrado seu sobrinho Ló ao sacerdote Melquizedeque que lhe veio ao encontro com vinho e pão.

Na segunda ocorrência fala de Jacó fugindo do seu irmão Isaú por causa da usurpação do direito de primogenitura, ao chegar em Betel tem um sonho onde vê uma escada com anjos de Deus subindo e descendo e o próprio Deus encima dela lhe faz promessas confirmando as promessas feitas aos seus pais então, unge a pedra que lhe servira de travesseiro e pôs por coluna, denomina aquele lugar Betel (casa de Deus), antes se chamava Luz. Nesta ocasião Jacó faz um voto condicional contendo seis pedidos; “Fez também Jacó um voto, dizendo: Se Deus for comigo e me guardar neste caminho que vou seguindo, e me der pão para comer e vestes para vestir, de modo que eu volte em paz à casa de meu pai, e se o Senhor for o meu Deus, então esta pedra que tenho posto como coluna será casa de Deus; e de tudo quanto me deres, certamente te darei o dízimo” Génesis 28:20/22.

Obs. Não é este tipo de dízimo que querem de nós hoje, aliás Abraão sequer seria tido como um “dizimista fiel” como chamam hoje aos dizimistas, pois Abraão desde que conheceu a Deus em Ur dos Caldeus nunca havia dizimado; nunca dizimou dos seus bens pessoais (Abraão era muito rico em gado, em prata e em ouro Génesis 13:2) e sim apenas dos despojos daquela guerra em particular (despojos = saques, espólio de guerra, tudo o que era tomado em guerra e que tinha valor); não há registro bíblico que tenha dizimado depois disto, nem que tenha se encontrado com Melquizedeque novamente para que pudesse faze-lo. Dizem que temos que dar o dízimo para sermos abençoados, observe que Abraão não foi abençoado por dar o dízimo e sim antes, “Ora, Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho; pois era sacerdote do Deus Altíssimo; e abençoou a Abraão, dizendo: bendito seja Abraão pelo Deus Altíssimo, o Criador dos céus e da terra! E bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus inimigos nas tuas mãos! E Abraão deu-lhe o dízimo de tudo”. Génesis 14:18/20. A benção não foi conseqüência do dízimo.

Abraão deu sem ninguém lhe pedir, hoje usam cultos completos só para este fim

Abraão deu o dízimo apenas de uma bênção específica e não de todos seus rendimentos

Abraão deu uma única vez. Se agirmos assim seremos considerados dizimistas?

Se Abraão não tivesse dado não pecaria em nada, não haveria represálias pois não havia ainda a lei para o constranger e sem lei não há transgressão Romanos 4:15. Hoje nos dizem que o dízimo é voluntário como foi o de Abraão, mas quem não dizima é discriminado, perseguido, evitado como um leproso, não lhe é dada nenhuma atividade na igreja, é criticado, censurado, exposto a vergonha e constrangimento, ofendido verbalmente (xingado de ladrão), ameaçado com maldições previstas na lei, etc. Sim, com certeza não é o tipo de dízimo que Abraão deu que cobram de nós hoje! Não é também o tipo de dízimo que Jacó deu que querem de nós, pois a exemplo de seu avô, não era cobrado ou pedido, não era do que ele já tinha, não era mensal, não seria dado agora e sim muito tempo depois quando estivesse casado (duas vezes), com filhos, com muita riqueza e estivesse voltando pra casa, aliás, nem dízimo era, era apenas um voto condicional (se = conjunção condicional = caso; exprime hipótese, condição) como o texto mesmo diz, se não fizesse o voto nenhuma obrigação teria, nem represálias Eclesiastes 5:4, isto também não fazia de Jacó um “dizimista fiel” como querem hoje.

Afirmam que cobram o dízimo com base anterior á Lei, mas citam Malaquias 3:10 que é da Lei (último livro do antigo testamento). Já viu alguém citar Génesis 14:20 para requerer o dízimo? E Génesis 28:20/22? Quer exigir o dízimo porque é a anterior á lei? Exija também a circuncisão pois também é anterior á lei. Génesis17:14

Mesmo que (quem dera) fosse o dízimo que querem hoje como o dízimo anterior á Lei, não valeria para os que estão na graça, pois vivemos num tempo regido por outro sistema, outra promessa, outro juramento que é o Dom gratuito de Deus diferente dos que viveram sob a ofensa (pecado de Adão) sem redentor. Veja: Porque a lei constitui sumo sacerdotes a homens que têm fraquezas, mas a palavra do juramento, que veio depois da lei, constitui ao Filho, para sempre aperfeiçoado. Hebreus 7:28 e mais, Mas não é assim o Dom gratuito como a ofensa; porque, se pela ofensa de um morreram muitos, muito mais a graça de Deus, e o dom pela graça de um só homem, Jesus Cristo, abundou para com muitos Romanos 5:15. Devemos lembrar que não somos regidos pela gestão anterior á lei e sim pela posterior, á saber, a graça que só veio com Jesus Cristo na chamada “plenitude dos tempos” Gálatas 4:4/5

Quanto a Isaque, filho de Abraão, não há registro bíblico que tenha pago o dízimo em tempo algum.

Entrou a dispensação da Lei, o que era voluntário passou então a ser absorvido pela Lei Judaica, o dízimo que era espontâneo passou a ser exigência de Deus, contribuição exigida pelo próprio Deus através de seu legislador Moisés. Levítico 27:30 Não era um pedido nem era voluntário nem sequer pela fé e sim pela ordenança trazendo, como toda a desobediência á lei, condenações várias para quem não pagasse, coisa que não acontecia com os patriarcas porque a obrigatoriedade não é para os justo mas para os transgressores I Timóteo 1:9. O dízimo passou a ser uma forma de imposto nacional israelita para o sustento dos Levitas, que não poderiam ter bens propriedades nem herança. Números 18:24.

Obs. Os recolhedores de dízimos hodiernos não querem nem ouvir falar em não ter propriedades.

Destes dízimos seria tirada uma oferta alçada que seria “o dízimo dos dízimos” que seria dado á Arão o sacerdote. Números 18:28 O resto (neste tempo) ficava nas mãos de todos os levitas Números 18:30. Hoje apenas um punhado de “levitas” usufrui desta gordura. (Coloquei “levitas” entre aspas porque não mais existem levitas desta ordem).

O dízimo era algo anual, por ser fruto do campo Deuteronómio 14:22

Verdadeiramente Deus não muda em sua essência, mas sua forma de lidar com os homens é adequada periodicamente segundo sua própria sabedoria, o que era para os levitas passou a ser consumido também pelo povo contribuinte numa grande festa, o que era anual, passou a ser de três em três anos, o que era apenas para o sustendo da tenda e dos levitas, passou a ser também para os órfãos, os pobres, os estrangeiros, Deuteronómio 14:23/29

Os Israelitas de então compreenderem o sentido e o alcance da ordem de “comer as oferendas no lugar indicado por Deus” somente uma parte delas seria “comida” e em “sacrifício”, significando-as em sua totalidade, para a santificação. “Comeriam-nas” o ofertante e sua família, o sacerdote e, com a queima de algumas partes delas, “o próprio Deus” (Levítico 3,5,16 etc.) Agora é o próprio Jesus Ressuscitado, o Filho de Deus Vivo, o Santo de Deus, que alimenta o Seu Próprio Corpo, unificando-O e santificando-O: É São Paulo quem esclarece com maior objetividade o sentido da manducação (ato de comer) das oferendas, quando afirma em I Coríntios 10:17/18 .

Inaugurou-se então “o ano dos dízimos” com maiores detalhes legais que obrigariam estes transgressores da lei do amor a fazerem uma melhor distribuição de renda entre as pessoas; Deuteronómio 26:12.

Em I Samuel capítulo 8, o povo pede um rei rejeitando á Samuel e por conseqüência rejeitando á Deus, então Samuel, que era profeta e sacerdote profetiza acerca deste rei, entre muitas atrocidades e perversões, ele cobraria dízimos do povo para dar aos seus criados e eunucos.

Veja em I Samuel 8:10/19

O rei Salomão instituiu o dízimo como um dos impostos para sustentar seu aparato oficial. Não é este tipo de rei, fruto da rejeição de Deus que queremos para nós hoje. Desde que reis começaram a dominar o povo de Israel, o povo passou a viver de altos e baixos, periodicamente surgia um bom rei e o povo era abençoado, e quando surgia um mau rei o povo se dispersava, se distanciava de Deus e parava de cumprir a lei de Moisés.

Acaz tinha vinte anos quando começou a reinar e reinou por 16 anos em Jerusalém sendo um rei ímpio sendo afligidos pelo Senhor através dos sírios II Crónicas 28. Nesta época todo o Israel deixou de cumprir a lei inclusive de dizimar, mas depois dele veio o rei Ezequias II Crónicas 29, II Crónicas 30 e II Crónicas 31, que mandou purificar o templo e restabelece o culto de Deus. O povo então volta a observar a lei e trazem com prazer muitos mantimentos em forma de dízimo e o justo rei divide tudo conforme a lei a todos. Neste tempo mandou Ezequias que fossem construídas câmaras na casa do Senhor para fielmente guardar o que sobejasse, II Crónicas 31:11/12

No tempo de Neemias, o dízimo dos dízimos que era para Arão, passou a ser depositado nestas câmaras. Neemias 10:38. Neste tempo (de Neemias) também houve outro grande avivamento e retorno a obediência á lei pelo exemplo de fidelidade e prontidão em atender o povo dada pelos levitas. Neemias 12:44

Obs. Há alguns espertinhos que querem confundir dízimos com primícias para ampliar o conceito do que é dízimo. Sugerem um conveniente mesclado entre primícias e dízimos, porém veja a diferença em Deuteronómio 26:1/11 primícias, e Deuteronómio 26:12/14 dízimos.

Havia ordem rigorosa para que este grande volume de mercadorias fosse repartido por todos com justiça, para os levitas, para os cantores, até para os porteiros, tirava-se uma oferta para os sacerdotes Neemias 13:5. Porém, não muito depois, no tempo de Amós o povo já havia se corrompido novamente. As ameaças são preditas pelo profeta nos capítulos 1- 3- 4- 5- 6-7 e 8 e no capítulo 9 promessas de restauração. (Leia-os todos para que não se diga que são textos isolados.)

Neste tempo o povo mais uma vez havia caído no formalismo religioso, um falso avivamento. Os dízimos que deveriam ser pagos de três em três anos eram trazidos para Betel e Gilgal de três em três dias, todas as manhãs eram trazidos os sacrifícios obrigatórios e até voluntários. No entanto eram condenados pelo Senhor, pois além de sacrificarem aos deuses, quando faziam estas coisas tinham prazer em publica-las e não havia separação de parte para os pobres, os necessitados não tinham assistência, enquanto eles engordavam como “vacas de Basã” (eram os mais lindos e bem tratados animais que havia). Apesar de tantos dízimos, Deus lhes daria “limpeza de dentes” ou seja, falta do que comer, falta de pão. Em vez de abrir as janelas do céu, reteria a chuva de maneira que em uma cidade choveria e em outra não. Estes assíduos dizimistas sairiam de uma cidade á outra procurando melhor condição de vida. Veja ao menos Amós 4:4/6

Malaquias (por ser este livro da lei o preferido dos arrecadadores de dízimos, que isolam o capítulo 3 e verso 10 de seu contexto, farei uma exegese mais pontual) traz então um novo chamado para reconciliação, clamor este dirigido aos sacerdotes e não ao povo que apenas refletia o desprezo dos sacerdotes. Malaquias 1:6b …diz o Senhor dos exércitos a vós, ó sacerdotes, que desprezais o meu nome. E vós dizeis: Em que temos nós desprezado o teu nome? pois trazendo o povo os dízimos, era oferecido por eles á Deus só o resto, só o coxo e o enfermo, ficando para si todo a melhor parte (vr.8)

Deus não tinha prazer nos sacerdotes vr. 10 Eu não tenho prazer em vós, diz o Senhor.. Estes sacerdotes roubavam para oferecer ao Senhor vr.13 E tendes trazido o que foi roubado, e o coxo e o doente... sendo amaldiçoados pelo Senhor vr.14.

No Capítulo 2, Deus reafirma que esta mensagem de Malaquias é para os sacerdotes, representantes do povo, hoje os pastores querem redirecionar esta mensagem para o povo. Porque não tomam para si? Seria mais bíblico. Malaquias 2:1 Agora, ó sacerdotes, este mandamento e para vós.

Por causa destes, as festas (cultos) não eram aceitas (vr.3). Que situação difícil estava o povo, a lei da verdade que era esperada para orientar, não mais havia, pois os sacerdotes estavam desviados dos caminhos do Senhor induzindo todos ao erro. Malaquias 2:7/11. Faziam preferências, quem mais agradasse os sacerdotes mais eram honrados. Tem percebido algo assim nos dias atuais? Por isto Deus os fez desprezíveis diante de todo o povo vr. 9.

O povo então, sem lei, sem justiça, roubado por seus próprios líderes, se afastou mais uma vez da lei, fazendo casamento com povos pagãos e assimilando cultos destes povos vr.11.

No capítulo 3 Deus anuncia o Messias precedido por João Batista, que para os sacerdotes não seria algo prazeroso de se esperar pois ele viria como o “sabão dos lavandeiros” pondo tudo á limpo como realmente aconteceu, os sacerdotes foram todos desqualificados pelo Messias. Por favor, leia Mateus 23:1/39 , versículo isolado diz-se o que quiser.

Em Malaquias 3:5/10, no verso 5 Deus promete ser nosso juiz quando o Messias vier e julgar com rapidez os que enganam, tomam o salário do trabalhador (defraudam o jornaleiro) não acodem a desamparada (que tem direito ao socorro), o órfão, e até o de fora que precisa de ajuda (o estrangeiro) sem nenhum temor ao Senhor que é vingador de todas estas coisas. Deus só não os destruiria por causa do seu poderoso Nome, como vemos no vr. 6. Não é que Deus não muda em relação á lei ou ao dízimo, pois isto já mudou, Ele não mudaria sua promessa feita á Davi, pois não é homem para que minta, nem filho do homem para que se arrependa. II Reis 8:19.

Deus avisa aos sacerdotes que eles se desviaram dos seus estatutos, e que deveriam devolver tudo o que roubavam do senhor, porem eles não admitiam suas culpas vr.7 e 8, muito diferente de Zaqueu o publicano que reconheceu muito antes de ser acusado Lucas 19:8.

As câmaras feitas pelo rei Ezequias estavam vazias, os sacerdotes haviam roubado tudo. O povo não tinha confiança para continuar trazendo, a casa de Deus estava abandonada, os pobres desamparados, as viúvas ao leu, e o estrangeiro sem socorro, Deus insiste dando nova oportunidade. Vr. 10. “Casa do tesouro” eram as câmaras de Ezequias e “abrir janelas do céu”, “derramar bênção que dela advenha abastança” significa, fazer com que chova em suas plantações, suas lavouras sejam fartas e tenham novamente mantimento para atender os levitas, os órfãos, os estrangeiros carentes, e as viúvas que não tinham sustento. O dízimo não era para construir igrejas, pois só havia um único templo, tampouco era dado em espécie (prata-ouro-moedas), deveria ser levado em mercadoria até o templo. Se não fosse possível por ser longe o caminho, venderia e indo até o lugar determinado as compraria novamente. Deuteronómio 14:24/25

Malaquias 3:10 é o preferido deles para arrecadar verbas mesmo sendo um livro da lei. Isto ninguém nega. Por favor, não se prenda a este versículo apenas, ignorando o seu contexto, (como eles fazem) leia o livro todo, é tão pequeno, versículo isolado não prova nada, pode servir de “base” insólita para mal intencionados.

Jesus veio para cumprir a lei, nasceu sob a lei, só depois de cumpri-la poderia tirá-la e estabelecer outra, a saber, a graça, Mateus 5:17 Isto aconteceria por ocasião da sua morte onde diria “está consumado”, o véu do templo que separava o lugar santo do lugar santíssimo e que necessitava da pessoa do sacerdote para interceder pelo povo, se rasgou totalmente, desautorizando o sacerdócio da lei, valendo aqui as palavras de Hebreus 10:9 Foi tirada a lei, o império do pecado e da morte, e estabelecida a graça acessível a todo o que crer sem as obras da lei.

Antes que implantasse a graça que regeria a sua igreja, ele tinha que recomendar a lei, como por exemplo, no caso de Mateus 8:4 e também em Lucas 17:14. Claro que não faríamos isto hoje, mesmo sendo recomendado pelo próprio Senhor Jesus em pleno Novo Testamento. Ocorre o mesmo em Mateus 23:23 como veremos a seguir.

Em Mateus 23:23 Jesus repete este comportamento quando censura a hipocrisia dos escribas e fariseus que roubando a Deus na justa interpretação da lei, traziam apenas (como em Malaquias) o dízimo de coisas insignificantes, desprezando o pobre, a viúva, a justiça, a misericórdia e a fé, achando eles que estavam bem com Deus. Jesus lhes diz que se quiserem se justificar na lei, deveriam faze-la direito, de maneira completa, com dízimos que honrassem a Deus e sem deixarem a justiça, a misericórdia e a fé de lado. Como nos exemplos acima, Jesus recomenda que fizessem estas coisas a justiça, a misericórdia e a fé, que era a parte mais importante da lei sem omitir aquelas, o dízimo. Nós não queremos nos justificar na lei, o próprio Jesus afirma serem estas coisas da lei. Deve o estudioso da Bíblia observar que o capítulo 23 de Mateus, é quase inteiro destinado á censura e juízo para os escribas e fariseus, trazendo mais de sete “Ais” inclusive no versículo 23 em apreço, e não é aconselhamento para seus discípulos.

Em outra ocasião vemos outro “dizimista” que, alias, também chamava o que não dizimava de ladrão, ser desaprovado e um não-dizimista ser aceito pelo Senhor, mostrando que o dízimo e seu séquito haviam chegado ao fim, Lucas 18:10/14. Você é como o fariseu, ou como o publicano?

O legalismo leva ao fanatismo, é muito comum se vêr pobres vítimas de ensino errado sobre o dízimo deixarem seus pais desamparados, mas não deixarem de trazer fielmente seus dízimos para sua igreja mudando assim a lei de Deus de honrar seu pai e sua mãe. Mateus 15:1/9 Nem sempre estar de bem com os homens é estar bem com Deus. Saulo era um dos mais brilhantes e admirados homens do sinédrio, mas não estava bem com Deus. Pedro era amigo dos crentes gentios, mas quando chegavam os irmãos judeus da sede ele se afastava sorrateiramente para ficar bem com eles, não andava retamente conforme a verdade do evangelho Gálatas 2:12. Veja também Actos 5:29.

Finalmente o escritor ao Hebreus ratifica que o dízimo embora mencionado duas vezes antes ser incorporado pela lei, é propriedade da lei dizendo: Hebreus 7:5. Muitos são os que, na ânsia de justificar tão lucrativa arrecadação, arrancam o verso 8 de Hebreus de seu contexto e distorcem fazendo sofismas, vejamos em Hebreus 7:8.

Dos versos 1 até o vr 7 Hebreus 7:1/7 fala sobre Levi e Melquisedeque, neste verso quando diz “aqui” diz sobre o sacerdócio levítico, e quando diz “ali” se refere a Melquizedeque, que era da mesma ordem sacerdotal de Cristo mas não era Cristo, não morreu por nós, não deixou doutrina para a Igreja, isto é questão gramatical.



Encerrando, não há em nenhum lugar no Novo Testamento obrigatoriedade de se pagar dízimos. Confira e veja que nenhum escritor sacro deu tal ensino. Vivemos na graça dada por Jesus Cristo não na lei nem antes da lei, no sistema patriarcal. Na verdade Deus, na sua infinita sabedoria, deixou mandamentos que providenciam fundos para sua obra na terra e até sua finalidade, está em II Coríntios 9 aconselho a ler com atenção o capítulo inteiro várias vezes, com especial ênfase nos versículos 7 e 12 II Coríntios 9:1/15

Obs. Quando fazem uso da frase genérica “sustento da obra” não prevêem as necessidades dos santos na participação do dízimo.



Não deixe de contribuir, avareza é pecado. Colossenses 3:5

Concluímos pois que o homem é justificado pela fé sem as obras da lei Romanos 3:28. Somos salvos pelo sangue de Cristo, que é poderosamente suficiente para nos salvar. Nenhuma condenação há para os que estão em Cristo. Romanos 8:1 Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus. Efésios 2:8 Porque pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus.

O suprimento cotidiano do Crente vem de ofertar com amor e buscar o reino de Deus e sua justiça, e não do dízimo que é uma ortodoxia morta.

Veja o que está em Mateus 6:25/33



(Se não concordou, não me deteste, conteste-me com argumentos bíblicos, terei prazer em te ouvir).

Sinta-se livre para reproduzir, distribuir, ou copiar, porem é proibido fazer alterações ou cópias parciais deste artigo.



Osni de Figueiredo

quinta-feira, 22 de abril de 2010

O QUE SE DEVE FAZER QUANDO SUA IGREJA SEGUE DOUTRINAS DO VELHO TESTAMENTO (A VELHA ALIANÇA)?

Quase 2.000 anos depois da morte de Jesus, pela qual ele deu um Novo Testamento (Hebreus 9:15-17), muitas igrejas continuam seguindo doutrinas do Velho Testamento. Algumas adotam sistemas de sacerdócio do padrão levítico. Outras justificam o batismo de recém-nascidos pelo fato que meninos judeus de 8 dias foram circuncidados. Muitas exigem o dízimo. Algumas ainda guardam o sábado e observam regras alimentícias da antiga aliança. Todas essas práticas e doutrinas faziam parte da lei dada ao povo de Israel, mas nenhuma delas faz parte da nova aliança dada por Jesus. O que uma pessoa deve fazer se a sua igreja continua ensinando e praticando tais coisas?

Sabemos que, aqui na terra, não existe igreja perfeita, no sentido que qualquer igreja é composta de pessoas imperfeitas. A própria Bíblia diz que devemos aceitar pessoas fracas (Romanos 14:1) e trabalhar com longanimidade para ampará-las (1 Tessalonicenses 5:14).

Mas os exemplos citados acima não são questões de indivíduos imperfeitos na igreja, e sim de doutrinas e práticas erradas que envolvem a congregação toda. Jesus encravou o antigo sistema na cruz, dissipando a sombra e revelando a luz (Colossenses 2:14-17). As pessoas ou igrejas que procuram se justificar pela antiga lei se desligam de Cristo e da graça dele (Gálatas 5:4). O Senhor ensina que não devemos ser cúmplices dos pecados de outros. Paulo falou para Timóteo que não apoiasse outros (impondo as mãos a eles) precipitadamente (1 Timóteo 5:22). Antes de participar ativamente de uma igreja, devemos examinar o trabalho e o ensinamento dela, comparando tudo com a palavra de Deus (1 Tessalonicenses 5:21-22). João instruiu que não apoiássemos professores que ultrapassam a doutrina de Cristo, para que não tornássemos cúmplices de suas obras más (2 João 9-11). Quando uma igreja insiste em manter doutrinas ou práticas não autorizadas por Jesus, o servo que quer se conservar puro precisa ficar fora (ou sair) dela.

É oportuno registrar que as Igrejas atuais estão apenas pregando mensagens do tipo: como vencer na vida, sete principios para isso, cinco princípios para aquilo, como ser uma pessoa de sucesso, como conquistar um bom emprego etc. O Evangelho ensinado por Jesus foi esquecido!
Frequentei uma Igreja, e em todos os cultos NUNCA ouvir,repto, NUNCA OUVIR, em nenhum culto, uma mensagem sobre a vinda de Jesus, novos céus e nova terra, santidade, amor ao próximo... mas todos os dias, sem excessão, ouvia mensagens sobre SER FIEL AO SENHOR COM OS SEUS DÍZIMOS PARA QUE DEUS POSSA ABRIR AS JANELAS DOS CÉUS E DERRAMAR BÊNÇÃOS SEM MEDIDAS... Ora queridos! Imaginem como seria a vida daquela pessoa em que Deus derramasse bênçãos sem medidas!Imaginem!!! Será que bênçãos sem medida da parte de Deus é apenas um emprego? Uma promoção? Um carro comprado em 60 prestações? Uma casa (pequena) financiada pela Caixa Econômica Federal em 30 anos?
Este final de semana, assitindo um programa de TV de uma Igreja Evangélica aqui em Brasília, ouví o pregador, pastor sênior da Igreja, dizer que JESUS FALOU MAIS DE DINHEIRO DO QUE DE ORAÇÃO!O que você acha que este pregador quis dizer com isto?
Ora, se o amor ao dinheiro é a raíz de todos os males então a Bíblia está se contradizendo! E na verdade ela é perfeita!!! Obviamente alguém vai questionar: mas a Bíblia está falando sobre o amor ao dinheiro, não está se referindo sobre ganhar dinheiro! O que está ocorrendo hoje ns igrejas, comandadas por falsos profetas, é uma apego desenfreado ao dinheiro, a cobiça por ter mais, ser maior que a Igreja do pastor fulano de tal, ter um templo mais bonito, ter mais programa de TV do que Igreja tal, fazer o melhor evento, ter o melhor palco, a melhor iluminação...
Deus não está em nada disso! Aparte-se disso meu querido!Não se deixe levar por falsos profetas, que em geral são inteligentes, persuasivos, eloquentes, bem vestidos, bem sucedidos... essas pessoas pregam uma mensagem que apenas você quer ouvir, mas jamais pregam a verdadeira mensagem do evangelho ensinada por Jesus. O próprio Jesus nasceu na contramão de tudo isso! Sendo Rei nasceu em um curral! Não tinha palácio, Não se vestia comos os homens bem sucedidos da época,conviveu sempre com as pessoas mais rejeitadas pela sociedade, entrou em Jerusalém montado em um jumentinho, não tinha parecer nem formosura e olhando para Ele nenhuma beleza se via!
Portanto queridos, antes da decidirem congregar em determinada Igreja, vefique se o que se ensina lá está de acordo com as Escrituras Sagradas.

Quando uma pessoa sai de uma igreja que não está seguindo a palavra do Senhor, terá que enfrentar algumas decisões difíceis. Onde vai congregar? Não deve se isolar, pois Deus mandou que nos reuníssemos com outros cristãos (Hebreus 10:24-25). Ao mesmo tempo, não deve pular de uma igreja errada para outra igualmente errada. O que pode fazer? Há duas opções: Œ Encontrar uma congregação que segue fielmente às Escrituras, ou Começar uma nova congregação, junto com uma ou mais pessoas com o mesmo desejo de fazer somente a vontade do Senhor. Não é fácil sair do conforto de uma igreja humana para fazer a vontade de Deus, mas o sacrifício é pequeno em comparação com aquele que Jesus fez por nós!

Que Deus vos abençõe poderosmente!!!

-por Dennis Allan e complementações de João Carlos

segunda-feira, 5 de abril de 2010

O HOMEM BEM SUCEDIDO

O que deveria um homem fazer com sua vida? Temos apenas uma vida para viver e há tantas metas que um homem pode querer atingir! Mas o que um homem deveria fazer de modo a tornar sua vida um sucesso? O sucesso na vida pode parecer certamente ser um alvo ilusório. Temos que decidir em que constitui o "sucesso" e então devemos decidir se, e quando, atingimos a meta. Ao envelhecermos, descobrimos muitas vezes que aquelas coisas que pensávamos que constituíam o sucesso, na verdade enchem nossa vida de vazio.

Os jovens, que estão no início da vida, defrontam com esta questão: Que farei com o resto de minha vida? Todos nós temos que responder a essa mesma pergunta, mas este estudo se concentrará sobre a resposta que um homem tem que dar. Naturalmente, a respeito de algumas coisas, uma vida bem sucedida, tanto de homens como de mulheres, será a mesma coisa, mas há algumas responsabilidades especiais que cabem ao homem.

É natural, entre os rapazes, nos anos antes da maioridade, procurar um modelo entre aqueles homens que a sociedade considera bem sucedidos. A sociedade muitas vezes glorifica o atleta que possui capacidade física excepcional, mas que demonstra caráter inferior. Muitas pessoas imaginam que o homem perfeito é aquele que tem tremenda força física e, na verdade, a sociedade o admira por isso. A sociedade também mostra o homem com poder ou riqueza como um sucesso. Muitas vezes, tais indivíduos passaram por cima de outros, em sua decidida busca de satisfação de desejos mundanos, mas a capacidade para manejar tais poderes é admirada por muitos. Como observamos anteriormente, é freqüente esses indivíduos atingirem o topo só para descobrir que ele vale menos do que tinham imaginado.

Precisamos nunca esquecer que Deus criou o homem. Ele nos conhece melhor do que a nós mesmos. Além disso, Deus sabe o que satisfará o homem; ele sabe que tipos de realizações são de valor duradouro e satisfarão o lado espiritual do homem. Que tipo de homem Deus considera um homem perfeito, um homem bem sucedido? A Bíblia é o manual de Deus para o homem piedoso, e como tal contém informação de como um homem deverá agir em cada relação que ele tiver.

A verdade é que o homem é bem sucedido nesta vida somente quando serve seu Criador. O profeta Miquéias escreveu: "Ele te declarou, ó homem, o que é bom; e que é o que o Senhor pede de ti: que pratiques a justiça, e ames a misericórdia, e andes humildemente com o teu Deus" (Miquéias 6:8). O homem que deseja andar com Deus humilhar-se-á e obedecerá aos mandamentos do evangelho para crer em Jesus, arrepender-se de seus pecados, confessar sua fé em Cristo e ser batizado (Marcos 16:16; Atos 2:38; Romanos 10:9-10).

Quando um homem se torna um cristão, ele tem responsabilidade para com outros cristãos, por causa da relação que ele tem com Cristo. Ele buscará outros cristãos com quem adorar e trabalhar (Hebreus 10:24-25). Ele precisa crescer em seu conhecimento da palavra de Deus, de modo que seja capaz de partilhar a mensagem da reconciliação com outras pessoas (2 Pedro 3:18; Hebreus 5:11-14). Cada parte do corpo de Cristo, a igreja, deverá contribuir para o bem do todo, usando todas as abilidades que cada um possui (Efésios 4:11-16). Os homens precisam tentar qualificar-se para servir como diáconos ou presbíteros na congregação local. Desenvolver o caráter espiritual que o Senhor exige de diáconos e presbíteros exige tempo e persistência no estudo (1 Timóteo 3; Tito 1:5-9).

O homem bem sucedido de Deus pode não ser um homem rico ou influente, mas é um bom cidadão. Ele mostra respeito a Deus obedecendo às leis da terra até onde elas não conflitem com a lei de Deus. Ele sabe que Deus ordenou ao governo que providencie a ordem na sociedade e, assim, ele obedece à lei como se estivesse obedecendo ao próprio Deus. O Espírito Santo ordena: "Todo homem esteja sujeito às autoridades superiores; porque não há autoridade que não proceda de Deus; e as autoridades que existem foram por ele instituídas. De modo que aquele que se opõe à autoridade resiste à ordenação de Deus, e os que resistem trarão sobre si mesmos condenação. . . . É necessário que lhe estejais sujeitos, não somente por causa do temor da punição, mas também por dever de consciência" (Romanos 13:1-2, 5). Assim, o homem que agrada a Deus anda correto diante dos outros, pagando seus impostos e mostrando respeito pelas leis que existem na terra (1 Pedro 2:11-17).

O homem bem sucedido é um bom trabalhador. Como empregado, ele trabalha pelo salário que recebe, sabendo que esse trabalho é, na realidade, um contrato entre o empregador e o empregado. Ele trabalha de tal modo que possa manter uma boa consciência, tanto diante do seu empregador como de Deus. Paulo escreveu: "Servos, obedecei em tudo ao vosso senhor segundo a carne, não servindo apenas sob vigilância, visando tão somente agradar homens, mas em singeleza de coração, temendo ao Senhor. Tudo quanto fizerdes, fazei-o de coração, como para o Senhor, e não para homens, cientes de que recebereis do Senhor a recompensa de herança. A Cristo, o Senhor, é que estais servindo" (Colossenses 3:22-24). O homem de Deus é honesto e operoso, trabalhando de modo que possa ser capaz de ajudar outros (1 Tessalonicenses 4:9-12; 1 Pedro 4:15; 2 Tessalonicenses 3:6-12; Efésios 4:28).

Se um homem tem esposa e filhos, ele precisa providenciar as necessidades físicas deles, por meio dos frutos do seu trabalho. Desde o começo, Deus tem dado ao homem a responsabilidade de dar o que a família necessita (Gênesis 3:17-19). De fato, o homem que não quer prover a satisfação das necessidades de sua própria família é pior do que um incrédulo (1 Timóteo 5:8). Não há nenhuma garantia que procurando um emprego vai ser fácil, mas o homem que é preguiçoso e não está disposto a trabalhar para sustentar sua própria família deve se envergonhar. A Bíblia diz: "Se alguém não quer trabalhar, também não coma" (2 Tessalonicenses 3:10).

O homem bem sucedido de Deus, contudo, tem outras responsabilidades para com sua família além de cuidar das suas necessidades físicas. Ele tem que amar sua esposa como ama a si mesmo. Ele é o cabeça de sua esposa, mas a conduz com amor em vez de força. O apóstolo Paulo escreveu: "Maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela, para que a santificasse, tendo-a purificado por meio da lavagem de água e pela palavra, para apresentar a si mesmo Igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem cousa semelhante, porém santa e sem defeito. Assim também os maridos devem amar sua mulher como ao próprio corpo. Quem ama a esposa a si mesmo se ama" (Efésios 5:25,29). Tal homem não tira vantagem da submissão bíblica de sua esposa, mas em vez disso cuida dela como cuidaria de seu próprio corpo. É comum pessoas pensarem que um homem tem que dominar sua esposa com dureza de modo a provar que ele é verdadeiramente um homem! Nas mentes de tais pessoas, ser o cabeça da esposa supõe-se que permita ao esposo demonstrar raiva ou amargura para com sua esposa. Mas Deus aconselha gentileza, bondade e ternura (Efésios 4:31-32; Colossenses 3:12-13, 19; 1 Pedro 3:7).

O homem bem sucedido de Deus é também o chefe espiritual da família. Os filhos são uma dádiva do Senhor (Salmo 127:3) e assim o pai bem sucedido ensina a seus filhos o caminho do Senhor (Efésios 6:4). Para conseguir sucesso a este respeito, ele precisa trabalhar diligentemente, instruindo seus filhos conforme ele tem oportunidade (Deuteronômio 6:4-9). Naturalmente, ele próprio precisa aprender e andar nesse caminho para que sua família possa ver seu bom exemplo. Ele precisa ser paciente com seus filhos, de modo que eles não fiquem desanimados (Colossenses 3:21), justamente como Deus é paciente com seus filhos espirituais, mas ele não aceita que os filhos façam coisas erradas.

O homem que tem bom sucesso na vida é aquele que permite a Deus dirigir seus passos em qualquer situação, como um membro do corpo espiritual de Cristo, a igreja, como um cidadão, um empregado e um esposo ou pai. No dia do Juízo Final, o Senhor não perguntará com que velocidade uma pessoa pode correr, a que distância pode chutar uma bola, quanto dinheiro acumulou através de negócios, ou mesmo quão famoso foi na vida. Cada um de nós será julgado pelo manual do sucesso do Senhor (João 12:48). A medida de nosso sucesso será como seguimos o projeto do Senhor para um homem piedoso. O mundo, certamente, mede os homens por um padrão diferente, mas é a Deus a quem devemos prestar contas.

Que Deus Aençõe a todos!

Por Allen Dvorak

sábado, 27 de março de 2010

A EXIGÊNCIA DO DÍZIMO

Muitas igrejas pregam que o dízimo é necessário hoje, e sugerem que aqueles que não dão 10% não serão abençoados por Deus. Eles deixam de fazer a distinção que Jesus e os apóstolos fizeram entre o Velho e o Novo Testamento. O dízimo era parte da Lei de Moisés, dada por Deus aos israelitas. Passagens tais como Malaquias 3:10, que é usada freqüentemente para exigir o dízimo atualmente, foram escritas para os judeus alguns séculos antes que Cristo morresse para completar essa lei. Não estamos sob essa lei (Gálatas 3:23-25; 5:1-4; Romanos 7:6). Não há uma única passagem no Novo Testamento que autorize as igrejas a exigir dízimo.
“O princípio da aplicação do dízimo durante a lei, é o princípio da BENÇÃO e da MALDIÇÃO, de acordo com as condições da PRIMEIRA ALIANÇA feita no monte Sinai (Exôdo 19: 5-6). Conforme se verifica no prelúdio da primeira aliança, se o povo de Israel andasse no caminho da obediência, fazendo tudo o que a lei determinava, teriam a benção garantida da parte de Deus. Se, todavia, se desviasse e viesse a andar no caminho da desobediência, deixando de guardar os estatutos da aliança, receberiam como justa recompensa, as maldições e imprecações prescritas na lei (Dt 27 – 28).
“Dízimo, no tempo da lei, era enquadrado na mesma disciplina que os demais mandamentos. Por essa razão, Malaquias, o último profeta do Antigo Testamento, ao se referir à infidelidade do povo de Israel, sobretudo no que diz respeito aos dízimos e ofertas, fez severas repreensões, utilizando-se do princípio da bênção e da maldição, de acordo com lei (Mal 3:8-11).
ESTE PRINCÍPIO NÃO É APLICÁVEL AOS DIAS DE HOJE, tendo em vista que o fato da nova aliança ter suplantado a antiga, como está escrito no novo testamento: “ Porque se aquela primeira aliança tivesse sido sem defeito, de maneira alguma estaria sendo buscado lugar para uma segunda. E, de fato, repreende-os diz: Eis aí vem dias, diz o Senhor, e firmarei nova aliança com a casa de Israel e com a casa de Judá não segundo a aliança que fiz com seus pais, nos dias em que os tomei pela mão, para os conduzir até fora da terra do Egito; pois eles não continuaram na minha aliança, e eu não atentei para eles, diz o Senhor (...). Quando ele diz nova, torna antiquada a primeira. Ora, aquilo que se torna antiquado e envelhecido está prestes a desaparecer” (Hb 8: 7-8 e 13).
Neste caso, se já não mais vivemos no tempo da lei, pois esta é uma aliança revogada por causa da sua fraqueza e inutilidade (Hb 7:18), não podemos nos utilizar dos princípios nela envolvidos, uma vez que “Cristo nos resgatou da MALDIÇÃO da lei, fazendo-se ele próprio maldição em nosso lugar (porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado em madeiro, para que a BENÇÃO de Abraão chegasse aos gentios, em Jesus Cristo...”) – Gl 3: 13-14.
Quando Jesus sofria na cruz do Calvário, levava sobre si todas as maldições prescritas na lei, as quais cabiam a nós. Ele próprio se fez maldição em nosso lugar. Como pode, nos dias de hoje, nos tempos em que a benção prometida a Abraão chega a nós pela fé, e não por obras, sermos, “bombardeados” por uma série de maldições pronunciadas dos púlpitos, por aqueles que se declaram homens de Deus? Isso não é próprio de quem conhece a Deus e a sua palavra. Tais pregadores, privados da verdade, supondo que a piedade é fonte de lucro, conduzem os cristãos a um falso relacionamento com Deus, baseado numa aliança já revogada, e os fazem naufragar na fé, afogando-os na ruína e perdição ( 1 Tm 6:5-10).
O princípio do Dízimo durante a Lei era uma espécie de coerção, princípio esse que conduzia o ofertante a obedecer a Deus pelo medo da punição. Por outro lado, o ofertante era inspirado pela promessa da recompensa, o que o fazia um interesseiro e barganhador, não um servo que se coloca na posição de súdito, em adoração a tudo o que o seu Senhor é.
O tempo da lei passou e, portanto, o princípio da bênção e da maldição não faz parte da vida devocional dos cristãos do tempo presente. Deixemo-nos, pois, levar para aquilo que é perfeito (Hb 6:11).
No novo testamento não há, em nenhuma parte sequer, o ensino na forma de mandamento a respeito do DÍZIMO. Há, todavia, algumas pessoas que, insistem em apresentar dois textos, Mateus 23:23 e Hebreus 7:4-9, como que querendo justificar o mandamento e a prática do dízimo no novo testamento. Diante disso, torna-se necessário saber do que tratam os referidos textos, para não criarmos sofismas com a palavra de Deus.”
NO ENTANTO, ESTE ASSUNTO CONTINUARÁ EM NOSSA PRÓXIMA POSTAGEM.
Texto extraído do livro ODRE VELHO VINHO NOVO, do Bispo Alexandre Rodrigues, do Ministério Apostólico de volta a Palavra.
Que Deus abençoe a todos!!!
JC

quinta-feira, 25 de março de 2010

DEUS TEM UM PROPÓSITO PARA OS SERES HUMANOS

Desde o início Deus vem agindo, mostrando à humanidade através do cumprimento das Escrituras, a Bíblia Sagrada, que ele sempre tralhou na intenção de salvar o homem.
A intenção deste blog é mostrar às pessoas que Deus tem um propósito, um plano para a sua vida.
Somente através do CORRETO ENTENDIMENTO DAS ESCRITURAS, o ser humano poderá entender o projeto de Deus para sua vida.
O CORRETO ENTENDIMENTO DAS ESCRITURAS não é necessariamente aquele que vemos nos programas evangélicos de TV, ou mesmo aqueles que ouvimos de "pregadores modernos".
O PROPÓSITO DE DEUS NÃO É A TEORIA DA PROSPERIDADE que está sendo diariamente pregada por esses "PREGADORES MODERNOS".
O amor ao dinheiro é raíz de todos os males...
Millhões de pessoas hoje vão às igrejas à procura de prosperidade, bens materiais, alto padrão de vida... tudo isso é concupiscencia da carne!!!

A graça de Deus dá-nos poder para dizer não à concupiscência. A Bíblia diz em Tito 2:11-12 “Porque a graça de Deus se manifestou, trazendo salvação a todos os homens, ensinando-nos, para que, renunciando à impiedade e às paixões mundanas, vivamos no presente mundo sóbria, justa, e piamente.”

Leia ainda o que diz 2º Pedro cap 2:

E também houve entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá também falsos doutores, que introduzirão encobertamente heresias de perdição, e negarão o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina perdição.
2 E muitos seguirão as suas dissoluções, pelos quais será blasfemado o caminho da verdade.
3 E por avareza farão de vós negócio com palavras fingidas; sobre os quais já de largo tempo não será tardia a sentença, e a sua perdição não dormita..
Mas estes, como animais irracionais, que seguem a natureza, feitos para serem presos e mortos, blasfemando do que não entendem, perecerão na sua corrupção...
14 Tendo os olhos cheios de adultério, e não cessando de pecar, engodando as almas inconstantes, tendo o coração exercitado na avareza, filhos de maldição;
15 Os quais, deixando o caminho direito, erraram seguindo o caminho de Balaão, filho de Beor, que amou o prêmio da injustiça;
16 Mas teve a repreensão da sua transgressão; o mudo jumento, falando com voz humana, impediu a loucura do profeta.
17 Estes são fontes sem água, nuvens levadas pela força do vento, para os quais a escuridão das trevas eternamente se reserva.
18 Porque, falando coisas mui arrogantes de vaidades, engodam com as concupiscências da carne, e com dissoluções, aqueles que se estavam afastando dos que andam em erro,
19 Prometendo-lhes liberdade, sendo eles mesmos servos da corrupção. Porque de quem alguém é vencido, do tal faz-se também servo.

Graça e Paz seja com todos

Autor: JC